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A cidade do conto de fadas - Jaipur

  • Foto do escritor: Ana Lugh
    Ana Lugh
  • 4 de dez. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 7 de dez. de 2021


O Main Bazar é uma rua barulhenta, suja e extremamente caótica. Estar ali foi mergulhar na essência de uma Índia que não aparece nos roteiros turísticos vendidos nas agências, tampouco está nas cenas coloridas e encantadoras das novelas e filmes. Ainda assim me encanta.


Não entram carros na apertada Main Bazar, porém os rikshas e tucktuck competem com cada centímetro da rua ocupada pelos milhares de indianos, turistas, mochileiros e vendedores que ali circulam. Lojas com produtos de todas as partes da India compõem a rua. Aqui se compra e vende quase tudo. Excelente lugar para trocar dólares a preços convidativos. Nossa passada por aqui é curta, seguiremos em direção a colorida região do Rajastão. Após pesquisar sobre a compra de passagens de trem para estrangeiros e descobrir como compra-las sem precisar de uma agencia envolvida, fomos ate a famosa estação ferroviária de Old Delhi. Lá descobrimos onde ficava a sala de atendimento ao turista onde vc deve entrar, pegar uma ficha, preencher com todos os seus dados e os dados da viagem que pretende comprar, incluindo o numero do trem e horário. Tá, descobrir tudo isso deu uma certo trabalho, confesso, não foi assim super intuitivo, mas no fim foi um sucesso, compramos passagem para Jaipur, a famosa cidade rosa.



Já munidos de nossas mochilas nas costas, chegamos a noite na estação, em busca de entender qual a plataforma de nosso trem, desviando da correria dos indianos e sem tropeçar na enorme quantidade deles que fica sentado no chão aguardando seu trem, finalmente encontramos nosso trem.

O trem partia de Delhi para Jaipur por isso ja estava estacionado na plataforma com bastante antecedência, quando o trem vem de outra cidade, inevitavelmente atrasa e por vezes este atraso pode demorar muitas horas.

Ao entramos no vagão, não havia ninguém ali ainda. Nesta viagem optamos por comprar cabines de segunda classe, que possuem 4 camas, como se fossem duas beliches, uma de frente para outra separadas pela janela no centro com uma mesinha de apoio onde tem lâmpada e tomada, como aparece na foto acima.

Os colchões são azuis, a janela é grande e antes da partida do trem, eles entregam lençóis limpinhos e travesseiros que vem embalados em um saco de papel. Nossas mochilas foram acomodadas embaixo das camas e presas com correntes (lemos em diversos blogs que ocorrem muito roubo de mochilas nas viagens de trem enquanto os estrangeiros dormem).

A viagem de Delhi a Jaipur dura aproximadamente 5 horas e flui muito melhor do que esperávamos que fosse.


Chegamos muito cedo em Jaipur e pegamos um tuk-tuk (meio de transporte muito popular na Ásia, é uma moto com uma carroceria acoplada para carregar pessoas, também conhecido como autoriquixá, ou seja, um riquixá motorizado, sendo que o riquixá é um meio de transporte que se parece com uma carroça porem é puxada por uma pessoa a pé ou de bicicleta) e fomos direto para nosso hotel, que tinha um quarto imenso e muito gostoso.



Jaipur é uma cidade grande e barulhenta, onde camelos, elefantes, tuk -tuks, motos, bicicletas, riquixás, carros e pedestres disputam o mesmo espaço. Ela é a capital da região do Rajastão e muito conhecida pelo comercio de jóias e suas imensas joalherias. É muito comum as famílias indianas mais ricas viajarem até esta cidade para escolher e encomendar as jóias usadas nos casamentos.



Aqui em Jaipur também esta o melhor situado o melhor Lassi da India ( bebida doce a base de Iogurte, adorada pelos indianos), em uma pequena portinha chamada Lassiwala, super tradicional, localizada na famosa MI Rd, a loja existe a mais de 50 anos.



O Lassi é servido gelado, em copos de barro, ecologicamente corretos, que são jogados no lixo após o uso, evitando um dos grandes problemas da India que é a poluição e o lixo causados pelo plástico. Existem muitas lojas no entorno que vendem a mesma bebida e algumas inclusive usam o mesmo nome para confundir os turistas, mas apenas uma á original.



Jaipur, assim como muitas das grandes cidades da Índia, tem uma parte que é a cidade antiga onde se encontra o Hawa Mahal, popularmente conhecido como Palácio dos Ventos, construído em 1799 pelo Marajá Sawai Pratap Singh, neto do fundador da cidade.

Seu exterior de cinco andares é semelhante a um favo de mel, com suas 953 pequenas janelas chamadas Jharokhas decoradas com treliças intrincadas , a intenção era permitir que as damas reais observassem a vida cotidiana e os festivais celebrados na rua lá embaixo sem serem vistas, já que deveriam obedecer às rígidas regras do "purdah" ( Purdah ou Pardah é a prática religiosa e social de reclusão feminina, que proíbe as mulheres de serem vistas por homens que não sejam seus maridos, prevalecente entre comunidades muçulmanas) .

Confesso que eu tinha grande expectativa com este palácio, imaginava algo grandioso, e o que encontrei foi algo bonito, mas bem aquém da minha imaginação.



Um dos passeios muitos incríveis que fizemos foi conhecer o Amber Fort, construído em 967 , é a principal atração turística de Jaipur. Lindo e imponente, trata-se de uma fortaleza histórica, possui uma arquitetura única, misturando a influência da arquitetura muçulmana com a hindu, ele repousa no alto de uma colina á 11km do centro da cidade.

É um dos 38 Patrimônios Mundiais da Índia reconhecidos pela UNESCO. Foi construído em 1592 e fica localizado em Amber, a cidade que foi a antiga capital da região do Rajastão na antiguidade.

É enorme e tem vários palácios, templos, pátios e jardins. Sua muralha é a terceira maior do mundo, depois de Kumbhalgarh e da Grande Muralha da China.



Após a visita ao Fort, fomos conhecer uma cooperativa de tecidos bordados a mão, sedas e sáris.


Ficamos encantados com a riqueza do trabalho e profusão de cores e desenhos, um sonho. Aqui na foto acima, eu servindo de modelo para mostrar a amarração do sari ( tecido no formato retangular, com aproximadamente 6 metros de cumprimento que é amarrado na cintura e uma das pontas sobre e cobre os ombros e cabeça).


Aqui compramos algo muito especial que ocupa um lugar de destaque em nossa casa no Vale do Oráculo (nosso sítio localizado no Sul de Minas), que é uma colcha de casal inteirinha bordada com um imenso elefante rosa no centro. Muitas e muitas noites me pego hipnotizada pelo brilho do fogo refletido nas lantejoulas deste elefante, configurando uma certa áurea mágica no ambiente, é quando viajo no tempo e no espaço e retorno a Índia.



Quando reaceso estas lembranças sinto quanta energia existe ali , trazida pelas mãos de suas bordadeiras, mãos que carregam tanta história, e que durante 6 meses estiveram enlaçadas neste tecido ... é muito forte isso, me arrepia.


Índia.. quanta força, quanta história, quanta vida !








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