A primeira ida a Europa.

Quando conheci o Guima, fiquei encantada com a história de vida dele e claro, ouvi-lo falar sobre as viagens e os anos que viveu na Europa fazia meu coração vibrar de um jeito especial, que eu não entendia muito bem na época.

Hoje conheço essa sensação, que se tornou tão familiar e o motor da minha essência.

Em dezembro de 2005 o Guima me presenteia com a primeira ida a Europa.

A viajem começou com o planejamento e a preparação. Louca para conhecer a tão falada Espanha, onde, durante noites e noite, ouvi o Guima me descrever, falando sobre a arquitetura, os museus, as ruas, a cor amarelada da luz dos postes, a diferença da intensidade do sol ao meio-dia. A curiosidade aguçada se fez presente e me vi tentando imaginar o inverno europeu que diziam ser tão mais intenso que o que temos no Brasil, e eu, uma deslumbrada pela vida e amante do frio estava louca pra conferir o quanto existia de verdade nisso.

Preparar a mochila começou com muitas pesquisa, afinal como escolher roupas para ir a um lugar que você sabe tão pouco e que parece estar tão distante de sua realidade?

Claro que rolou aquela reunião de família com as primas para pegar looks emprestados, afinal meu singelo guarda-roupas não estava preparado para aquela inesperada viagem. Casaco pesado, lenços, cachecóis que combinavam com as luvas, blusas para usar como segunda pele, uma infinidade de detalhes e palpites do tipo, lembre-se disso.... faça aquilo.... não deixe de.... Nossa era tanta movimentação que fiquei até tonta.

Barcelona, a terra encantada de Gaudi, famoso arquiteto catalão que marcou a arquitetura no final do século XIX, ganha um lugar especial no meu coração com seu charme. Ficamos hospedados na parte antiga da cidade, em um simpático Hostel. A poucas quadras da tão falada Las Ramblas me deliciei com a nostalgia impressas nas ruelas estreitas e centenárias.Não cansava de andar e me deslumbrar. Ao final do dia minha cabeça estava pesada e doendo de tanto prestar atenção nas frases em espanhol na intensão de aprender rapidamente a língua.

Fiz questão de ir sozinha ao mercado, padaria, cafés e fazer os pedidos para treinar minhas habilidades linguisticas .

Visitar as obras de Gaudi, conhecer sua história e viajar na minha imaginação sobre onde ele encontrou tanta inspiração e coragem para realizar cada uma de suas obras, foi algo espetacular.

Abrir meu paladar para novos sabores e aguçar meus sentidos para novas percepções foi um deleite diário. Como boa cervejeira que era na época, finalizava minhas tardes sempre com uma deliciosa caña da Estella Dam

Foram dias deliciosos em Barcelona, que ficarão guardados em um lugar muito especial da minha memória.