O cérebro, o yoga e as emoções
- Ana Lugh
- 19 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Estamos muito suscetíveis a sermos raptados por nossas emoções sem que sejamos capazes de perceber o momento em que isso acontece. Ao estarmos em estado de yoga mudamos nossa forma de reagir aos acontecimentos e encontramos maior equilíbrio entre as nossas emoções. Você já parou para pensar onde moram as emoções dentro da arquitetura do cérebro?
O médico, neurocientista e escritor Paul MecLean escreve o “Cérebro Triúnico” que fala sobre as 3 grandes divisões do cérebro:
· O cérebro reptiliano ou tronco cerebral,
· O sistema límbico,
· O neocórtex.
É exatamente no sistema límbico que estão as emoções. Ao vivenciarmos uma situação figurativamente falando, o cérebro capta os estímulos externos vindos dos sentidos, processa através das referencias armazenadas na memória consciente e inconsciente, então constrói a interpretação que temos diante de cada situação, nesse processo o sistema límbico entra em ação acessando determinada emoção diante da interpretação que temos da realidade que se apresenta.
Aristóteles (384- 322 A.C) dizia que o coração era uma fonte de sensações pois, como ele acreditava, o coração era uma fonte de calor, o que explicava a palpitação que aparece nas emoções.

Ao estudarmos a evolução de nossa espécie, o cérebro e as emoções, é notável constatar que as funções cognitivas foram selecionadas inicialmente como forma de proteção para nos ajudar a enfrentar as condições de vida em um mundo pré-social. Entender isso é fundamental para construirmos o caminho interno de perceber o que acontece nos dias atuais e porque nos desestruturamos emocionalmente com tanta facilidade.
O psicólogo, jornalista cientifico, escritor e professor Daniel Goleman, grande estudioso do comportamento humano, diz que estamos muito suscetíveis a sermos raptados por nossas emoções sem que sejamos capazes de perceber o momento em que isso acontece.
Isso muito se deve ao fato de estarmos mais dispersos atualmente e através da tecnologia, sermos bombardeados por diferentes estímulos a cada segundo, o que propicia para construção de uma mente aérea que se perde nos pensamentos e se deixa levar pelas emoções por não estar focada no momento presente.
Enquanto as outras espécies percebem o mundo através do instinto, nós seres humanos criamos nosso próprio universo através dos significados simbólicos que atribui e delineia nossa percepção da realidade.
Como saber se a realidade que nos permeia e que interpretamos é real?

Através de uma mente treinada a ter foco e a driblar os movimentos dos pensamentos, o cérebro trabalha com mais eficiência diminuindo a probabilidade de se perder em interpretações distorcidas da realidade que se apresenta. E como fazer isso acontecer?
É aqui que entra o Yoga, este estilo de vida que nos coloca no momento presente e nos ancora no aqui e agora.
Patanjali em seu primeiro Sutra diz claramente que o segredo para se distanciar do sofrimento humano é estar em estado de Yoga, onde a vida acontece, no momento presente:
“ATHA YOGANUSASHANAN” – O YOGA ACONTECE AGORA
Através desta filosofia de vida e as ferramentas por ela oferecida, aprendemos formas de manter a consciência presente e ao estarmos em estado de presença mudamos nossa forma de reagir aos acontecimentos, o que muda completamente a vida.
Sri Patanjali também nos oferece um caminho sistematizado através dos 8 passos por ele descritos, o Asthanga Raja Yoga, onde o estado meditativo encontra-se no sétimo passo e é alcançado através de uma vida ética e disciplinada, embasada no autoconhecimento.
Quanto mais você se conhece, menos o mundo te machuca, melhor trabalha o seu cérebro, menos você sofre e melhor fica sua saúde em todos os âmbitos, desde o físico até o emocional.
Sabendo de tudo isso, o que justifica você não começar agora mesmo sua prática de yoga?
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